sexta-feira, 20 de abril de 2007

Habitats

Começo a achar que o ambiente empresarial, forma uma espécie de habitat próprio. Em parte isto acaba por explicar as conversas cruzadas que temos no café, quando num instante de desabafo constatamos que quase todos temos as mesmas queixas sobre o mesmo tipo de cromos, das avestruzes às preguiças, não esquecendo os quadrúpedes de forma geral! O engraçado deste tipo de habitat consiste em permitir, em certos casos o surgimento de espécies mitológicas.

Há dragões que conseguem iludir os mais distraídos, dando a impressão que lançam de facto labaredas e quando ao seu covil chamam alguém, muitos vestem armadura, outros passam a conversa a fugir da boca já que não se querem ver chamuscados.
Há ainda outra figuras que num primeiro relance parecem iguais a nós, mas quando vêem um pano vermelho, descobrimos que têm um quê de Minotauro, quando os vemos a marrar sempre em frente, sem tino algum e completamente espantados quando alguém resolve ser o forcado da cara!
Depois há as figuras vampíricas, que surgem pelas costas, no alto da sua palidez de olhos encovados, sondando o nosso pescoço, com os olhos a brilhar cada vez que ganham uma perspectiva de ataque a uma veia que deixámos à mostra e que nos levam a andar de crucifixo e alho atrás!

E no meio de tudo isto, temos que ter uma espécie de mala da Mary Poppins para podermos desenrascar qualquer defesa ou ataque neste habitat de todos os dias!

segunda-feira, 9 de abril de 2007

À distância de um telefonema

Para mal dos meus pecados, pertenço aquela universo de pessoas que tem presente na cabeça os pontos mais importantes dos projectos que tem entre mãos. Se é verdade que me dá jeito enquanto estou a trabalhar em n coisas diferentes, não é menos verdade que aos meus colegas, para não falar dos meus chefes, esta característica, dá ainda mais jeito! Afinal de contas, para que despender energia em ler vários mails ou ligar a mais que uma pessoa, quando à distância de 9 dígitos apenas, estão todas as respostas: tudo à distância de um pequeno telefonema!

Moral da história, mesmo que escolha apenas um par de dias, me esqueça do raio do “Out of Office”, e não tenha deixado nada pendente, o telemóvel tem que tocar invariavelmente pelo menos uma vez, pelo menos sobre um tópico! E se é verdade que o mar brilhava com uma cor linda, que o tempo escorreu devagar, como uma guloseima que se degusta suavemente, não é menos verdade que estes cortes apenas servem para nos lembrar que tudo isto é apenas um intervalo!