quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

A metodologia do rossio na betesga!

Tem estado muito em voga esta metodologia. Talvez esteja relacionada com o consumismo da moda: desde que a montra esteja bonita e apelativa, pouco interessa que esteja feita de fita-cola e peças presas por alfinetes nas costas, sempre haverá algum distraído que embasbacado com a apresentação no manequim, nem vai reparar em nada! Se por um dia que fosse, toda a gente se colocasse no papel da costureira que tem que tornar algo pré-fabricado (e muitas vezes, mal) em algo feito à medida, talvez começássemos a reparar mais nos alfinetes que tudo repuxam por artes mágicas!

Mas a malta gosta mesmo é de apresentar que consegue fazer o impossível num fósforo:


- É só acende-lo, chefe, e depois dá logo muita luz!


E se o raio do fósforo estiver molhado?... O problema, é que ninguém gosta do gajo que se lembra de fazer esta pergunta… Porque raio haveria o fósforo de se molhar? Nem tem estado de chuva, nem nada!


E lá se continuam, a rabiscar quadros impossíveis, com metade do material. Quando finalmente, se consegue ter um esboço, perto do que de facto tem que ser feito, lá se chega à conclusão que temos a praça do Rossio completa, e apenas o espacinho da betesga no calendário para a construir! Mas alguém nas esferas superiores já tem a betesga a tracejado na sua secretária e ninguém quer lá ir fazer o desenho completo do Rossio: passa a ocupar muito espaço!

E à pala disso, lá vão nascendo Rossios, apenas feitos de papel de cenário, pintados a lápis, que devem apenas aguentar o tempo suficiente para se colocarem os pilares nos edifícios, as pedras da calçada, as estátuas, as fontes… mas na corrida até à próxima betesga, lá fica o papel a aguentar as intempéries como se fosse de verdade!

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